quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

das grandes alegrias

Sempre achei que medo derivasse de coisas ruins. Tudo bem, existem medos de coisas que em si não são ruins, mas a explicação do medo geralmente passa por algo que não é bom ou agradável. Na verdade, esse "sempre" se estende até a minha adolescência, que foi quando descobri que medo pode vir de coisas boas.

"Quando alguma coisa é boa demais, desconfie", foi o que eu aprendi a pensar. Então, toda vez que a felicidade resolvia me abraçar, eu tinha medo de morrer sufocada. Tinha medo de que esse abraço fosse um falso carinho. Tinha medo de que a felicidade fosse só o disfarce da tristeza. Eu tinha certeza que quando eu me distraísse, a tristeza atacaria sem piedade. Portanto, nunca me distraía. Nunca relaxava. Vivia em alerta, convivia com o medo constante.

Queria eu que isso tudo fosse, de fato, conjugado somente no passado.

Mas de vez em quando, perco o medo e me jogo. Às vezes, me despedaço. Às vezes, dá certo e eu sou feliz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Andar com medo é o mesmo que ter o freio de mão puxado na melhor ladeira..as vezes é necessário pra que o tombo nao seja tao dolorido...por outro lado é correr o risco de perder o prazer do frio na barriga. Muito bom teu blog, parabéns.