Outro dia, me contaram a história do esquilo e da noz - ou do bichinho e do amendoim, sei lá.
"O esquilo andava carregando uma noz, feliz da vida, quando, então, se depara com um rio em seu caminho. Para atravessar o rio, ele deveria deixar a noz pra trás. Mas ele estava tão feliz com a noz! Será, então, que ele deveria deixar pra lá essa idéia de atravessar e ficar por ali mesmo com sua noz? Mas... e se do outro lado do rio tivesse um monte de nozes, um banquete?! Ele só saberia se deixasse a noz que já tinha em mãos para trás..."
É isso, a vida é isso: tomar decisões. Tomar decisões sem nem sempre saber as consequências delas. E agora?! Fico na calmaria bucólica da minha zona de conforto ou parto rumo ao desconhecido sabendo que, pelo menos, uma coisa é certa: o frio na barriga existirá?! Porque de resto, atravessar o rio é partir, buscando o melhor, mas sabendo que podemos encontrar qualquer coisa - até o pior.
Tá, atravessar o rio, então, pode não dar em nada, pode me deixar sem noz e sem nada, com "fome, frio e medo" (EDUARDO, José). Mas e ficar aqui, desse lado, segurando minha noz, minha única noz, isso será o suficiente? Eu serei feliz assim?
O esquilo pensa, pensa, pensa... se joga no rio com noz e tudo, e morre afogado.
É, não dá mesmo pra ter tudo nessa vida.