quinta-feira, 27 de junho de 2013

Cansada.

O cansaço é um filho da puta que toma conta da gente. E ele ta aqui, tomou conta de mim. Cansei. To tão cansada, tão sem forças. Me sinto como se tivesse dentro de um bote, dando a volta ao mundo, em posse de um remo só. Cansei e não dá pra voltar. Mas também não consigo ir pra frente. To perdida no meio do caminho, sozinha nesse mundo de nada, nesse vazio ao meu redor. Tem dias que faz sol, um céu azul tão lindo, que é como se brotasse uma faísca de energia dentro de mim. Eu remo um pouquinho, a correnteza me ajuda um pouquinho, eu me animo, sorrio até, tenho esperanças de que algum dia serei capaz de voltar a seguir em frente. Mas de repente, não sei de onde, chegam as nuvens, e o vento, e a chuva, e os raios e toda a tempestade que balança meu bote, me joga de um lado pro outro, me machuca, me deixa marcas, me tira as forças... To perdida no meio desse oceano gigantesco, fundo, perigoso, solitário. E cansei de remar.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Não há porque chorar por um amor que já morreu...

"Quem é você pra me chamar aqui se nada aconteceu? 
Me diz, foi só amor ou medo de ficar sozinho outra vez? 
Cadê aquela outra mulher? Você me parecia tão bem! 
A chuva já passou por aqui, eu mesma que cuidei de secar 
Quem foi que te ensinou a rezar? 
Que santo vai brigar por você? 
Que povo aprova o que você fez? 
Devolve aquela minha TV que eu vou de vez 
Não há porque chorar por um amor que já morreu 
Deixa pra lá, eu vou, adeus 
Meu coração já se cansou de falsidade"


Marcelo Camelo, seu lhyndo!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Um bocado de tristeza

Nada melhor do que essa angústia no peito pra sentar e escrever. E toda aquela falta de palavras durante os dias regados de felicidades se foi. Sobra tristeza, sobram palavras.

Tristeza transborda no peito, dolorido, pulsante. Transborda na cabeça, lembrando, buscando, revivendo em flashes, indo e voltando, indo e voltando. Transborda nas pernas, inquietas, andantes, zigue-zagueando pela casa, deixando-se cair, descendo parede abaixo, costas raspando, estatelando no chão, pernas dobradas, joelhos apontando o teto, cabeça entre as mãos, soluços. Transborda nos olhos, líquida, salgada.

As palavras transbordam pelos cantos da boca e dos dedos e da cabeça. A tristeza empurra elas pra fora, dizendo pra elas: vão, digam pro mundo como é escuro aqui dentro; falem pra todos do aperto, do desassossego que existe aqui; berrem aos quatro ventos o sofrimento do bendito coração. Elas vão. Ninguém vê. Mas o colocar pra fora aquieta um pouco esse furacão sentimental  vulgarmente chamado de dor de cotovelo.

E cada vez mais que deveria doer menos acaba sendo o contrário. Pelo menos, escrevo mais assim.

"é preciso um bocado de tristeza, é preciso um bocado de tristeza...'