terça-feira, 23 de agosto de 2011

catarse

liberta, grita, berra, põe pra fora.
ri, chora, sufoca, soluça, debruça, agacha. 
encolhe, vira feto, aperta os olhos, engasga.
espreguiça, range os dentes, choraminga.
suspira, canta, gira, roda, rodopia, cai.
levanta, sorri e vai.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

o passado presente

Perdi a noção do tempo. "Que ano é esse?", me disseram. Eu ri sem acreditar nos meus olhos.

Durante muito tempo, pensei em tudo que poderia ter sido e que não foi. Muitos anos se passaram, e tudo ficou rodando, rodando, rodando aqui dentro feito um disco riscado. Não queria sair do lugar, parei lá atrás, onde tudo era meu. Desapeguei. Aprendi a viver sem aquilo que não tinha mesmo. Mas meu inconsciente não.

Nos meus sonhos, tudo ainda era meu. Minha casa, meus amigos, meus amores, minha família, meu lar, minha vida. Eram constantes, e era tudo meu ainda.

Ontem, tudo era meu de novo, e, melhor, nosso. As lembranças, os amigos, o carinho gigante apertado pela saudade dentro do peito. Não aguentei de felicidade. Transbordei. Sobrou até pra hoje o dia todinho. E acho que vai continuar transbordando por algum tempo.

Tentar explicar para os outros o que é esse carinho, o que são esses laços, o que é esse apego, é perda de tempo. E pensando que isso tudo só existia dentro de mim, compartilhei.

Uma dessas pequenas alegrias que são tão enormes, tão grandemente preenchedoras...