sábado, 20 de novembro de 2010

fotografias do futuro

É um amor infinito que briga comigo pra permanecer dentro de mim.

É um dor que dói fininha, meio calada, meio mansa, meio inconformada com a conformidade que a sinto.

São buracos nos meus dias, buracos na minha vida. Espaços em branco, vazios. Me sinto perdida nesses espaços. Quando eles surgem no meio do meu dia, me sinto tão sem rumo, tão perdida, que é como se eu parasse de existir durante aqueles minutos, horas, tardes, noites, manhãs. Um buraco negro que suga parte de minha existência e some com ela pra sempre. 

É uma parte de mim que partiu, quebrou, esmigalhou, e não tem conserto. Mas tem cicatrização. E isso demora.

São fotografias perfeitas de palavras que nunca ouvirei, de uma casa que nunca arrumarei, de filhos que nunca terei, de datas que nunca celebrarei, de uma vida que nunca compartilharei, de um futuro que nunca será. Mas que já estavam no meu álbum.

É esse futuro todo cheio de detalhes, desenhado à mão, com carinho, com persistência, com dor, com alegria, com esperança. É ele perdendo suas cores, seus contornos, se esvaindo, chorando, escorrendo.

É simplesmente uma vontade de ficar ali, abraçada pra sempre, segura, amparada, existindo junto com meu amor infinito e minhas fotografias do futuro.

Um comentário:

. disse...

Como dói perder uma vida que nunca tivemos, né?
Ó, mas eu acho seu presente muito bonito. ;)